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A história toda

Origens

Miguel Peres Sousa Magalhães nasce em Lisboa a 20 de Junho de 1977. Apesar de ter vivido em diferentes cidades, é entre Lisboa e Torres Vedras que tem início o seu percurso escolar e actividades extra curriculares que sem dúvida foram determinantes no seu interesse pela música e pelo djing.

Interesse pela música

O primeiro contacto profundo com a música acontece por influência do pai, um músico amador com a flauta transversal como instrumento. Em 1987 decide inscrever e acompanhar o filho em aulas de acordeão cuja prática e conhecimentos despertam a sua sensibilidade para a música.

Um ano mais tarde muda-se para Lisboa para ir viver com a mãe que não sendo música, o influencia com as cassetes e LP’s que vai comprando para si de acordo com os seus gostos. Música clássica, albuns dos Demis Roussos, Eurythmics, da cantora Joana, um par de cassestes do Maestro Pedro Osório e uma gravação de um concerto ao vivo de Roberto Carlos que tinha dado na televisão nesse ano. Era isto que andava no (então popular) walkman do futuro DJ e que foi alvo de chacota por parte dos colegas de escola por ouvir tal repertório.

Começa aqui a sua formação e paixão pela música, bases necessárias para a actividade que vem a descobrir mais tarde, o djing.

Descoberta do djing

Estamos em 1989, de volta a Torres Vedras e por incrível que pareça, são as actividades desportivas que “atualizam” os seus conhecimentos músicais e o gosto pelo djing. No auge da cultura Hip Hop, interessa-se pelo skate e pelo Breakdance que tem a música rap como identidade. Passa então de alvo da chacota do ano anterior para a referência de sonoridades modernas. O primeiro contacto com um DJ em actividade dá-se enquanto andava de skate pelos corredores exteriores da escola e se depara com uma campanha eleitoral para a associação académica . Era uma banca montada com mesas de sala de aula onde se incluiam umas colunas Hi-Fi, um amplificador caseiro com uma ventoinha virada para baixo (muito popular na altura) e dois pratos (gira-discos) Technics.

O ano seguinte conta com influências de amigos e colegas que o introduzem ao rock com os Transvision Vamp e os R.E.M. que a sua vizinha ouvia ou os Xutos & Pontapés, banda preferida do seu melhor amigo na altura. Apesar da influência rockeira, a sua preferência sempre foi pela música eletrónica e numa perspectiva de música para dançar, vai substituindo o rap pelo techno-house.

Já no final do ano escolar, vai pela primeira vez a uma matiné na Discoteca Túnel onde recorda ouvir temas como “Roxane” dos The Police ou “To Go Crazy (In the 20th Century)” de Lee Marrow e fica fascinado pela magia que aquele ambiente de festa transmite.

O bicho da música cresce e com ele a necessidade de equipamento para iniciar o então hobby de DJ. Consegue a ajuda do pai para a compra dos pratos (gira-discos) Technics tendo para isso que ir trabalhar para ajudar a pagar a pequena fortuna gasta.

De amador a profissional

Saltando para 1993 e novamente em Lisboa, continua a sair nas matinés do Crazy Nights , Zona + e Alcântara-Terra, à noite nas discotecas Absoluto e Benzina, e a participar em festas privadas em casa de amigos e conhecidos.

Mais tarde conhece João Costa e Silva, dono da ABC Audiovisuais. A empresa contava com a colobaração do DJ Gonçalo (atual Master G residente no Kremlin) que estava de saída pois ia optar por residência numa discoteca. É nesse momento que surge a oportunidade para o primeiro trabalho pago, uma casamento no espaço Vale da Carva.

Nos anos seguntes surgem diversas oportunidades de trabalho quer em casamentos, festas de empresa e festas académicas. Como todos os trabalhos tinham públicos bem diferentes, é nesta fase que começa a construir com facilidade (graças ao seu gosto heterogéneo), a sua audioteca bem diversificada e que actualmente pode ser classificada como das mais completas com mais de sete mil temas em sessenta géneros diferentes. Para além dos trabalhos como DJ, participa ainda em diversos serviços como técnico de som e de iluminação ficando com um conhecimento e experiência superior a outros DJ’s.

De part-time a full-time

A sua formação académica é na área da banca a que esteve ligado de 1993 até ao princípio de 1998. A trabalhar por conta de outrém, sente-se limitado na sua creatividade e liberdade de expressão e por isso opta por se dedicar a tempo inteiro à música.

Esta mudança permite-lhe estar mais disponível para os clientes e por isso cria uma metodologia, que inclui uma reunião (fundamental para estabelecer uma ligação pessoal e troca de impressões) e um questionário (onde reune toda a informação específica do serviço), que está em uso até hoje.

Em 2000 é o primeiro DJ a apostar num stand exclusivo na Expo Noivos e nos anos seguintes já conta com dezenas de festas realizadas por todo o país resultado não só da publicidade como das recomendações feitas pelos clientes. Os clientes destacam os divertidos medley’s de temas de séries e filmes,o regresso ao passado com músicas infantis, a variedade musical que agrada a todos os convidados e o facto de não ter limite de horário. É claro que há outros pormenores que ultrapassam a sensibilidade dos clientes como a qualidade e correta afinação dos equipamentos de som, a gestão dos temas mais ou menos rápidos para não saturar a pista de dança e a as misturas que criam longas sequências sem interrupção. Tudo isto torna a experiência de entretenimento o mais agradável e duradoura possível.

Do vinil ao software

Apesar do vinil ser o seu suporte preferido (não só pela sonoridade quente mas também pela sensação no manuseamento dos pratos), o transporte e a dificuldade em arranjar temas em vinil faz com que em 1996 passe a usar exclusivamente cd’s. A coleção vai crescendo e em 1999 já são sete malas para transportar e expor em locais por vezes com pouco espaço. Por outro lado há problemas com os leitores que saltavam sobretudo em soalhos antigos de madeira que cediam à euforia da pista de dança. É na passagem de ano de 1999 para 2000 que decide implementar o djing a partir de um computador, sendo um dos um dos primeiros dj’s na altura a usar software. A mudança obriga à conversão de cerca de 800 cd’s para vários gigabytes de ficheiros mp3, processo que dura 15 dias a ser concretizado.

Em 2001 estabelece uma boa relação com a Quinta dos Azulejos que o passa a contratar preferencialmente para os seus eventos.

Uma nova fase, tempo para modernizar

Com a criação da ASAE e uma vez que a legislação não permite a conversão dos cd’s para um suporte digital, tem de ser recomprada toda a biblioteca músical no formato digital para ser permitida a utilização legal na actividade de dj.

Após 10 anos a utilizar com sucesso o programa PC DJ, impõe-se a escolha de um novo software compatível com formatos mais actuais do iTunes sendo o escolhido o Traktor.

Com novos ficheiros e novo software, é necessário reconstruir toda a informação relativa à audioteca. É refeita a classificação de géneros, estilos, épocas e outras informações importantes para o djing, trabalho de pesquisa que demora mais de um ano a fazer e que está atualmente concluído.